A existência de comorbidades é um dos grandes enigmas e maiores incômodos do TDAH. Outras queixas como ansiedade, depressão, stress crônico, baixa auto-estima, variações fortes de humor somam-se às queixas mais tradicionais e conhecidas, complicando ainda mais a distração, hiperatividade, impulsividade e também os esquecimentos, desorganização, pouca percepção da passagem do tempo, entre outros. Serão problemas separados ou causas-consequências múltiplas?
Por que as Comorbidades são tão comuns?

De acordo com teorias recentes de alguns dos maiores especialistas da área, certas alterações na estrutura e desenvolvimento cerebral ligadas ao TDAH seriam fatores de risco para problemas posteriores. Ou seja, aquilo que inicialmente leva aos sintomas do TDAH – distração, agitação, hiperatividade, impulsividade – também representam fragilidades, que facilitariam a ocorrência de outros transtornos.
Especialmente em adultos, a comorbidade (ocorrência simultânea) de mais de um transtorno acompanhando o TDAH é mais regra que exceção.
As comorbidades mais comuns no TDAH são: Ansiedade, depressão, stress crônico – Síndrome de Burnout e problemas de aprendizagem. Aparecem também disfunções de origem comportamental, como baixa autoestima, auto-sabotagem, perfeccionismo, entre outras.
Mais sobre Diagnóstico
...DÚVIDAS SE PODE SER TDAH ADULTO OU INFANTIL?
Faça um dos testes online para uma avaliação preliminar gratuita
TESTE TDAH ADULTO
TESTE RÁPIDO
Teste básico para TDAH Adulto em duas partes – Distração e Hiperatividade / Impulsividade. Sobre distração, esquecimentos, agitação mental, desorganização e outros.
TESTE ADULTO DO IPDA
TESTE COMPLETO
Teste desenvolvido no IPDA – Instituto Paulista de Déficit de Atenção para TDAH Adulto. Teste completo – 30 questões sobre as mais relevantes áreas afetadas pelo TDAH Adulto.
TESTE TDAH INFANTIL
TESTE RÁPIDO
Teste básico para TDAH Infantil em duas partes: Distração e Hiperatividade / Impulsividade. Total 18 questões sobre desatenção, agitação, esquecimentos, impulsividade.
Problemas independentes ou inter-relacionados?
Com toda a certeza, quando dois transtornos são identificados, os pacientes irão questionar “quem causou o quê”. Esta é sempre uma pergunta interessante e necessária. Porém, a resposta pode ser bastante complexa – e às vezes, infelizmente impossível de responder.
Profissionalmente, eu costumo trabalhar orientando um raciocínio voltado para o futuro e para a resolução de problemas. Pois entendo que qualquer transtorno traz consequências – este é o começo da resposta para “quem causou o quê”. Estes primeiros problemas e dificuldades, por sua vez, interferem com o desenvolvimento e adaptação às novas exigências.
A potencialização das dificuldades
Primeiramente, existem fatores que prejudicam o desenvolvimento, a adaptação às circunstância extremamente mutáveis dos primeiros anos de vida. Dessa forma, tais prejuízos incipientes podem facilitar o aparecimento de outros problemas que, na ausência da dificuldade inicial, provavelmente não teriam ocorrido.
Contudo, a partir de certo ponto – e é aqui onde devemos focar os esforços analíticos – as fragilidades entram em um círculo vicioso de retroalimentação, de tal maneira que um déficit torna o outro ainda mais intenso.
Um exemplo bastante simples é o de uma criança, que apresente em comorbidade um transtorno de atenção e/ou hiperatividade, em conjunto com uma dificuldade de aprendizagem – por exemplo, envolvendo leitura. Qualquer criança com problemas com leitura terá maior dificuldade em prestar atenção, por tratar-se de uma habilidade acima de suas capacidades atuais. E, se ainda assim houver um transtorno de atenção, este será mais um fator que prejudicará a superação da dificuldade de leitura.
Diagnósticos mais aprofundados
Em casos como este, é indispensável proceder a um diagnóstico diferencial de excelência. O processo é usualmente mais demorado, exigindo a realização de instrumentos específicos de psicodiagnóstico. Por exemplo, podem ser solicitados testes psicológicos. Sua função é auxiliar na identificação da eventual presença e intensidade de outros transtornos envolvidos. Tal detalhamento, em casos complexos, é necessário possibilitar a criação de um plano de tratamento eficaz. Que seja integrativo e multi-dimensional, contemplando todas as demandas encontradas.
A não identificação de comorbidades está entre os principais fatores que levam a tratamentos com resultados insatisfatórios – ou até mesmo sem resultados.