Por Cacilda Amorim - Atualizado 27/01/2022 - Publicado 21/01/2013

Por Cacilda Amorim

Atualizado 27/01/2022 - Publicado 21/01/2013

Quando o stress é intenso demais, transforma-se na SÍNDROME DE BURNOUT. Esgotamento físico. Cansaço que não passa mesmo tentando dormir. Esgotamento mental. Cabeça cansada, que ainda assim não para de pensar, por tanta agitação mental. Esgotamento emocional. Cansaço com a vida, falta de energia, desmotivação. Acima de tudo, vontade de não fazer mais nada. Estes são todos sintomas da Síndrome de Burnout. A fase final do stress crônico. Quando mente-corpo não aguentam mais e entraram em estado de esgotamento.

Cansaço mental e físico além dos limites

Síndrome de Burnout Stress crônico

Quando o stress se torna demasiado, muito intenso ou presente em todas as áreas da vida, nosso corpo tem uma capacidade intrínseca de se ajustar às situações que interferem com seu estado de equilíbrio. Nesse meio tempo, entram em ação mecanismos automáticos de recuperação da homeostase.

Muitos fatores podem causar stress. Os estressores mais conhecidos são os fatores externos, fatos da vida ou circunstâncias fora do nosso controle. 

Eventos situacionais e de estilo de vida, como tipo do trabalho, excesso de atividades e responsabilidades, quantidade de horas de trabalho diárias e tempo de descanso, trânsito e transporte entre casa e trabalho e alimentação inadequada, entre diversos outros, são altamente agressivos para o equilíbrio, porque vão se acumulando lentamente e de maneira desapercebida.

Mas muito do stress tem origem física, mental ou emocional, dentro da nossa zona de controle e que portanto podemos minimizar e até mesmo evitar.

Qualquer tipo de doença, como gripes, inflamações ou infecções são fontes de stress físico. Do mesmo modo, queimaduras de sol, excesso de exercício físico, extremos de calor e frio; até mesmo sede e alimentação inadequada.

Há também o stress mental e emocional. São as preocupações constantes, problemas com trabalho, angústias, dificuldades de relacionamento, brigas; eventos mais extremos como perdas importantes – divórcio, falecimentos de pessoas queridas causam stress mental e emocional. Seja como for, independente do detalhe concreto, o esgotamento mental se instala. Com ele, ao mesmo tempo, esgotamento emocional.

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Nem todo stress é igual

Quando entra em estado de stress, independente deste ser físico, emocional, comportamental ou situacional, o corpo passa a trabalhar em situação de emergência, com o fim de recuperar o equilíbrio. Dessa forma, utiliza recursos físicos e psíquicos para auto-proteção, para dar conta de todas as demandas e agressões.

A reação imediata ao stress é conhecida como Fase do Stress Agudo. É um mecanismo de defesa totalmente natural, institivo e automático que ajuda a pessoa, corpo-mente-emoção, a se ajustar às pressões, riscos e ameaças.

Na fase de Stress Agudo, aumenta o nível de alerta, a energia e capacidade de reação – a pessoa pode ficar mais alerta, ativada, mais rápida. Igualmente mais agitada, “nervosa”, alguns tipos de mal-estar físico como taquicardia, aperto no peito ou problemas gástricos. Normalmente é uma fase curta, pelo tempo que o fator causador permanece.

Porém, se o stress permanece, corpo-mente-emoções se preparam para o enfrentamento de longo prazo. Na Fase de Resistência, recursos físicos e psíquicos são ativados de modo a enfrentar os desafios e recuperar o equilíbrio. Nesta fase, o corpo é bombardeado por substâncias que facilitam o enfrentamento. A adrenalina e o cortisol são os grandes responsáveis pela capacidade de reação, de suportar o esforço e a pressão em busca dos objetivos, muitas vezes por anos a fio.

Nesta fase de resistência, um desgaste lento e insidioso vai se acumulando, especialmente nas pessoas mais batalhadoras, aquelas que encaram os problemas com coragem e sem descanso. De forma imperceptível, as resistências do corpo vão sendo exauridas, de forma inconsciente e involuntária. E o stress crônico é o maior fator de risco para a Síndrome de Burnout. 

O aparecimento do estado de esgotamento – do Burnout – usualmente pega a pessoa de surpresa. Imagine alguém que, ao longo da vida, sempre teve força para dar conta dos desafios, de correr atrás das coisas importantes… de repente, parece que teve um apagão.

A Síndrome de Burnout é um estado de exaustão física, mental e emocional, causada por stress crônico e muito prolongado. Seu início é marcado pela percepção que “não dá mais”, de sobrecarga e incapacidade em dar conta das demandas constantes. Conforme o esgotamento avança, a produtividade diminui – a energia vai acabando, deixando um sentimento de vazio, desesperança, até mesmo de cinismo e ressentimento. Toda aquela garra e vontade que foram o combustível por tanto tempo, agora simplesmente desapareceu. 

Falta de motivação, um estado crônico de cansaço que não melhora com o descanso, uma atitude geral de desinteresse por todas as coisas que anteriormente traziam ânimo, vontade, prazer, ansiedade, nervosismo e até mesmo preocupações – e que mantinham a pessoa em movimento, sempre correndo atrás.

Esgotamento emocional, vontade de chorar até mesmo em pessoas anteriormente muito firmes. Passa pela cabeça que tanto esforço, tanta dedicação, nada valeu a pena. Qualquer pequeno problema ou contratempo parece enorme. Um dos meus pacientes dizia que, durante o momento mais pesado do Burnout, até mesmo escolher o sabor da pizza era custoso demais. 

TDAH na Fase de Stress Agudo

Durante a Fase Aguda, a pessoa entre num estado de maior ativação. O aumento da pressão, normalmente por prazos ou cobranças, tem um efeito imediato e positivo de direcionar o foco e aumentar a motivação (mesmo que pela via negativa, para fugir das consequências negativas).

É bem comum a percepção de que “eu funciono melhor sob pressão”. A conhecida dupla de procrastinação, seguida pela entrega em cima da hora. Sim, pois é justamente a pressão que liga os sistemas de alarme e proteção, que por sua vez aumentam a ativação geral e o foco, mesmo que causando desconforto como angústia, ansiedade e sintomas psicossomaticos – taquicardia, tensão muscular, problemas digestivos entre outros.

TDAH na Fase de Resistência

Como a pessoa com TDAH sofre com dificuldades executivas, não dispondo de boas capacidades de planejamento e execução, muito provavelmente passará para a Fase de Resistência do Stress. Mas nem sempre o stress agudo passa rapidamente. Quando ele é intenso e constante, a pessoa tende a reagir com um super-engajamento.

É a fase em que se faz coisas demais, correndo o tempo todo para todos os lados, com agitação mental muito forte, forte reatividade emocional, impulsividade e dificuldade de focar em uma única coisa. Os sintomas se tornam muito parecidos com a Ansiedade.

Na Fase de Resistência, a caminho do stress crônico, é típico querer fazer tudo ao mesmo tempo, devido a um forte senso de urgência; às vezes, acompanhado pela idéia que “já deveria ter conseguido isto a (x) anos, o tempo está passando, estou ficando velho(a)”. 

Nesta etapa, também aparecem sintomas bem parecidos com a hiperatividade, especialmente mental – a percepção é da cabeça não parar nunca, pensando em tudo ao mesmo tempo, visualizando cenários futuros, possibilidades e ações a serem tomadas. Um dos meus pacientes, quando iniciou o tratamento, recitava constantemente a lista de todas as pendências em aberto. O prejuízo físico é mais visível, como cansaço constante, apesar de ainda haver energia para continuar lutando.

TDAH na Fase de Stress Crônico – Síndrome de Burnout

A Síndrome de Esgotamento – Burnout é o estágio final de um processo de stress crônico, no qual as pressões muito intensas se mantém por tempo demasiado. 

Os sintomas da Síndrome de Burnout incluem falta de atençãoesquecimentos constantes, redução da velocidade mental, problemas com impulsos e motivação, irritabilidade e até mesmo tristeza, desamparo e desesperança. De fato, muitos destes sintomas são exatamente os mesmos encontrados no TDAH – Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Na fase crônica, o esgotamento cobra um preço muito alto sobre os processos cognitivos. Qualquer ato de pensamento se torna custoso, como se “tivessem cola”. A angústia, ansiedade e preocupação com os problemas e objetivos, típicas da Fase de Resistência praticamente desaparecem.

Parece que, repentinamente, a pessoa desistiu de tudo. A atitude de “não aguento nem ouvir falar”, de descompromisso e até esquiva por todas as coisas que até bem pouco tempo eram tão importantes aparece forte. O esgotamento emocional é bem intenso – o Burnout é um dos maiores fatores de risco para depressão

O cansaço é crônico e qualquer esforço é demasiado, sem que o descanso traga alívio. Devido a este elevado grau de exaustão, todos os processos cognitivos superiores ficam prejudicados, em especial as Funções Executivas. Justamente por isto há a percepção, tão típica daqueles que sofrem do esgotamento mental, que são falhas de memória, cansaço imenso ao tentar se concentrar e lentidão do pensamento.

Certamente, existe também o cenário no qual um portador de TDAH entre em estado de esgotamento mental, justamente por todo o stress que a vivência do transtorno acaba por ocasionar. Neste caso, o mais adequado é entender as queixas como decorrente de uma comorbidade. 

Como sobreviver ao Stress Crônico / Burnout

É essencial levar o esgotamento a sério. Qualquer tentativa de fazer mais esforço, de vencer na base da força, apenas tornará a situação ainda mais crítica. Algumas vezes não é possível atuar na prevenção do Burnout – procura-se ajuda apenas quando o quadro já está bem avançado.
Justamente por isto é necessário bastante atenção por parte dos profissionais de ajuda. Os pacientes tem tendência a recusar ajuda, a pressionar saídas mágicas para voltar à situação anterior – da fase de resistência, em que tinham energia suficiente. Até conseguem entender, conscientemente, a origem do esgotamento – sem contudo a aceitação que será necessário mudar o estilo de vida.

No que diz respeito ao TDAH, é essencial manter uma postura de suspeição diante de um histórico sugestivo de Burnout. Tratamentos com psicoestimulantes podem ser solicitados explicitamente por muitos pacientes, especialmente aqueles com elevado grau de exigência e auto-crítica. Este uso pode, de fato e no curto prazo, trazer alguma melhora em termos de energia geral, contudo haverá um preço muito alto a ser pago, na medida em que as poucas reservas ainda existentes serão rapidamente depletadas. 

Para recuperar o equilíbrio

É altamente indicado “diminuir a velocidade”, que a pessoa consiga permitir a si mesma um período de desligamento das pressões (às vezes, é possível fazer isto sem deixar o trabalho). É profundamente necessário abrir tempo para descansar, relaxar, repensar a vida e dar espaço para que o corpo se cure. Pois a própria ocorrência do Burnout é um indicador inquestionável que alguma coisa já não ia bem, que não dá mais para continuar daquele jeito.

Buscar ajuda pode fazer toda a diferença. Em primeiro lugar, para recuperar os contatos interpessoais, o vínculo e suporte pelas pessoas queridas. É muito triste reconhecer que diversos daqueles que se encontram em esgotamento perderam todo vínculo significativo ao longo dos anos, devido ao foco excessivo no que “tinha de ser feito”, como se os relacionamentos fossem algo totalmente dispensável e pouco útil. 

Igualmente importante é aceitar cuidados profissionais, especialmente para os estados mais profundos de esgotamento. Fazer terapia pode abrir o espaço necessário para aprender a cuidar de si, para repensar os sonhos, esperanças, objetivos e também questionar os meios para alcançá-los.

SOBRE A AUTORA

Psicoterapeuta e Coach Comportamental
Diretora do IPDA – Instituto Paulista de Déficit de Atenção

CRP 06/61710

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