A mudança dos comportamentos, a criação de novos hábitos, melhora das capacidades de enfrentamento, motivação sustentada, auto-estima e autonomia faz parte da efetiva superação do TDAH – Déficit de Atenção. Neste caminho, fazer uma terapia para TDAH pode fazer toda a diferença. A TCC – Psicoterapia Comportamental-Cognitiva para TDAH tem destaque no tratamento integrativo e sustentado, sendo a abordagem psicoterapêutica com maior eficácia reconhecida para TDAH e também ansiedade, depressão, stress crônico e problemas emocionais e comportamentais, entre outros
Psicoterapia para TDAH: TCC é caminho para a mudança sustentada

A TCC – Terapia Comportamental-Cognitiva para TDAH se baseia na idéia que o componente neurobiológico do transtorno é para os problemas que a pessoa enfrenta. Inegavelmente, os prejuízos no funcionamento executivo desde muito cedo podem interferir e até mesmo impedir o desenvolvimento normal da atenção, autocontrole e freio comportamental.
Devido aos déficits em funções executivas, padrões de comportamento adaptativos que deveriam ter se consolidado ao longo da infância e juventude, não conseguiram se estabelecer. Por exemplo, capacidades de organização, planejamento, resolução de problemas, manejo do tempo, da motivação. Igualmente, capacidade de execução, superação da tendência ao adiamento, também controle sobre as distrações e impulsos.
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Convergência da genética, história de vida e personalidade
A saber, os déficits neurobiológicos derivados do TDAH impactam o desenvolvimento desde a infância. Dessa maneira, todos os relacionamentos interpessoais e expectativas de realização são permeados e consolidados em experiências de fracasso, baixo desempenho e dificuldades interpessoais. Como resultado, soma-se o componente cognitivo, que consiste nas interpretações que fazemos dos fatos e das teorias que construímos, ao longo da vida, para explicar por que e como as coisas sucedem, a nós e aos outros.
Neste contexto, de uma história de vida mediada pelo TDAH, torna-se um fator de risco imenso para danos emocionais e disfunções comportamentais ainda mais extensas. Pois são comuns baixa estima, raiva, culpa, afastamento social, auto-sabotagem. Ainda mais, adiamentos crônicos e esquiva consistente de qualquer situação associada a fracassos anteriores. Enfim, fatores de risco para o aparecimento de outros transtornos, como depressão, ansiedade e stress crônico, que é a famosa Síndrome de Burnout.
Autoconhecimento é ESSENCIAL
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Como funciona a Terapia Comportamental-Cognitiva TCC para TDAH?
Devido à sua tamanha complexidade, o enfrentamento do TDAH necessita de uma abordagem multi-dimensional. Inicialmente, os componentes mais diretamente ligados à base neurobiológica e funções cognitivas devem ser bem avaliados. Com efeito, atenção, memória, velocidade mental, controle de impulsos – respondem tanto a tratamentos medicamentosos quanto não-medicamentosas. Em seguida, na dimensão emocional e comportamental, as intervenções psicoterapêuticas ou de coaching são indicadas.
O objetivo mais amplo da psicoterapia comportamental-cognitiva é auxiliar no desenvolvimento novos padrões de comportamentos e de pensamentos. Bem como a motivação e estabilidade emocional para construir uma nova estória de vida, com mais autonomia, satisfação e qualidade de vida.
Os objetivos e as técnicas específicas variam de acordo com a faixa etária (crianças, adolescentes ou adultos) e com as demandas de cada caso. Ainda assim, há aspectos comuns a todos os casos, como a importância de criar estruturas e estratégias comportamentais, para lidar melhor com os grandes inimigos do TDAH – a Procrastinação (Adiamento Crônico), a Auto-Sabotagem e a Esquiva do Enfrentamento.
Estratégias e Estrutura
Uma parte essencial da terapia para TDAH trata de questões muito práticas, como organização, uso do tempo, planejamento e definição de prioridades. As terapias comportamentais tem uma característica mais técnica, estruturada e focada. Dessa forma, se alinham diretamente com as necessidades dos pacientes. Pois estes no geral sofrem com a falta de estrutura, caos e desorganização da vida.
Simultaneamente, segue trabalhando aspectos de ordem emocional, como baixa estima, pouca confiança em suas capacidades. Igualmente essencial é minimizar a elevada frustração, eventualmente forte reatividade (quando a impulsividade é elevada), irritabilidade e agressividade.
O trabalho com Estrutura e Estratégias é fundamentado na idéia de treinamento, construção de repertórios e consolidação por reforçamento positivo. A postura do terapeuta é bastante ativa, compartilhando com o paciente a descoberta das estratégias mais eficazes. Afinal, busca-se construir uma nova estória, baseada nas forças e não nas fraquezas. Neste ponto, a TCC e o Coaching encontram fortes convergências, tanto de objetivos quanto de metodologias.
Auto-Sabotagem
Finalmente, não poderia deixar de mencionar três aspectos essenciais na terapia para TDAH Adulto. O primeiro deles é a AUTO-SABOTAGEM – um padrão comportamental muito nocivo, quando a própria pessoa age na direção contrária daquilo que deseja para si.
Este padrão auto-destrutivo é um grande mistério para quem olha de fora. Afinal, por que alguém iria fazer ou deixar de fazer justamente aquilo que mais deseja e precisa? Auto-sabotagem envolve uma série de mecanismos comportamentais e psíquicos bem complexos. Ainda assim, é possível compreender facilmente sua origem e consolidação.
O cérebro segue algumas regras básicas no seu funcionamento, que tem sua origem na necessidade de sobrevivência e perpetuação da espécie. Primeiro, ele procura o máximo de prazer e satisfação imediata. Segundo, ele tenta escapar ao máximo de tudo o que seja arriscado, perigoso e desconfortável. Terceiro, tenta conseguir isso pelo caminho mais fácil e menos custoso.
Pessoas normotípicas ao longo da vida vão desenvolvendo seu funcionamento executivo, que acaba lhes dando melhores condições de auto-controle e autonomia, que se sobrepõe a estes automatismos cerebrais mais primitivos. Contudo, aqueles que sofrem das disfunções executivas típicas do TDAH acabam repetindo padrões que trazem prazer no curto prazo ou esquiva do desconforto de maneira compulsiva, a tal ponto que entram um círculo vicioso de auto-sabotagem.
Adiamentos Crônicos – Procrastinação
Procrastinação é o nome técnico para adiamento crônico, o padrão consolidado de deixar tudo para depois. Essencial dar atenção à procrastinação, pois poucas vezes melhora com técnicas mais simples de manejo comportamental, como uso de agendas e lembretes ou estratégias motivacionais do coaching.
A procrastinação é uma das formas mais comuns de auto-sabotagem e consegue transforma a vida daqueles enredados por ela numa verdadeira tortura. A pessoa tem clara consciência do que deveria e precisa fazer. Pode até mesmo desejar intensamente conseguir alcançar este ponto específico, como se formar na faculdade, passar num concurso ou ter uma promoção no trabalho. Só que, a despeito de suas melhores intenções, vai sempre deixando para a última hora, sempre para depois.
Especialmente para o adulto com TDAH, a procrastinação é muito nociva de duas maneiras. Primeiro, quando se deixa tudo para a última hora, é inevitável viver em constante estado de stress, pressão interna ou por terceiros, além da sensação ruim de nunca dar seu melhor.
Segundo, porque muitas das coisas realmente importantes não chegam a ser muito urgentes. Infelizmente por isso, acabam sempre sendo deixadas para depois, e depois… e depois nunca mais… Veja neste exemplo: é comum deixar para a última hora um relatório no trabalho, mas que ao final será entregue, mesmo que atrasado ou com baixa qualidade. Note como é diferente de terminar sua faculdade ou cumprir uma promessa pessoal de estudar por conta própria à noite, após o trabalho.
Todas as coisas importantes da vida, que dependem apenas da pessoa – pois não há obrigatoriedade externa, são justamente essas que sistematicamente são deixadas para depois e para trás.
Esquiva do Enfrentamento
Esquivar-se do desconforto é também uma reação típica do cérebro primitivo. No caso do TDAH, ela aparece tanto em atitudes quanto em pensamentos muito cristalizados. Por exemplo, no caso das pessoas que se recusam a fazer coisas chatas, pouco interessantes ou que repetem mecanicamente “não posso, não consigo, não aguento”.
Tentar fugir das situações, escapar do enfrentamento das dificuldades significa não dar uma chance para a mudança positiva. A reiteração permanente do “não posso, não consigo” pode atrapalhar (e muito) o andamento de qualquer tipo de tratamento que a pessoa esteja fazendo.
Quando a esquiva do enfrentamento é muito intensa, um forte conflito aparece mais claramente. Por um lado, a grande disposição consciente de mudar – o entendimento pleno do que deve ser feito. Por outro lado, os hábitos negativos, os pilotos automáticos, as explicações e justificativas para os comportamentos que se quer deixar para trás, que insistem em permanecer.
Neste ponto, o paciente pode passar por um grande sofrimento e decepção consigo mesmo. Já tendo passado pelo diagnóstico, pela descoberta do TDAH, vivenciado a grande esperança de mudança, dado início a tratamentos muitas vezes medicamentosos, para deparar-se com uma percepção muito arraigada de “não consigo”, “não aguento”, “é demais para mim”.
Certamente, são momentos muito difíceis no curso do tratamento. Justamente aqui se percebe a extrema importância do suporte terapêutico, que extrapola as necessidades exclusivamente práticas e operacionais, mais típicas dos Treinamentos e do Coaching.
Enfim, explorar e trabalhar mais extensamente todos os componentes emocionais, cognitivos e comportamentais é indispensável para que o tratamento possa ser bem sucedido no longo prazo. Ainda mais em adultos, pois com o passar dos anos os padrões disfuncionais de comportamento se cristalizam mais e mais.