Funções executivas são processos mentais superiores, envolvidos no processamento das informações e no gerenciamento das demandas ao nosso redor. Por exemplo, são elas que tornam possível fechar o foco, segurar a impulsividade, tomar decisões em situações complexas. Cada vez mais pesquisadores na área do TDAH e neurocientistas acreditam que um déficit em funcionamento executivo está relacionado ao substrato orgânico do transtorno.
O “CEO” da “Empresa Cérebro”

Todas as funções executivas tem algum tipo de relação com situações onde “comando” e “controle” são necessários. Nesse sentido, podem ser vistas como as grandes condutoras de todas as habilidades cognitivas. Por isto, estão também diretamente relacionadas a comportamentos auto-organizados e voluntários. Enfim, são competências cognitivas necessárias em todas as áreas da vida: lidar com todas as exigências práticas do dia-a-dia, manter o foco, enfrentar o stress e cuidar bem dos relacionamentos.
Comando e controle
As funções executivas não são habilidades isoladas; muito pelo contrário, são altamente inter-relacionadas e inter-dependentes. Problemas com funções executivas – conhecidos também como Disfunções Executivas, não apenas são sinais de transtorno. Podem, até mesmo, aparecer em grau leve em crianças e adultos sem nenhum outro transtorno ou psicopatologia. Apesar disto, são muito comuns em casos de transtornos psiquiátricos, de desenvolvimento.
Funções Executivas e TDAH
Sobretudo no TDAH as disfunções executivas são bastante frequentes. De tal forma que muitos especialistas da área consideram ser esta a origem principal do transtorno. Segundo esta concepção, a essência do TDAH estaria em falhas no controle inibitório.
O déficit de atenção é visto como um déficit na modulação da atenção. Pois, como se sabe, pessoas com TDAH conseguem sim prestar atenção, muitas vezes de extrema intensidade, chegando a um hiperfoco. Entretanto, enfrentam problemas com controle voluntário e auto-direcionado do foco. Por outro lado, a hiperatividade representa um déficit em inibição motora, assim como a impulsividade está relacionada a uma inibição pobre dos impulsos.
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A lista de quais habilidades fariam parte destas Funções Executivas varia entre os autores e pesquisadores da área. De um modo geral, há consenso que as Funções Executivas incluem a capacidade de Inibição, Flexibilidade Mental, Controle Emocional, Volição (capacidade de iniciar atividades), Memória de Trabalho, Planejamento, Auto-monitoramento e Organização.