Apesar do que muita gente pensa, o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) não é uma doença exclusiva de crianças e adolescentes.
Transtorno do TDAH afeta mais adultos com distração sem hiperatividade

Entrevista com a Psicoterapeuta Cacilda Amorim, Diretora do IPDA - Instituto Paulista de Déficit de Atenção
Permanece até idade adulta
Apesar do que muita gente pensa, o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) não é uma doença exclusiva de crianças e adolescentes. Conhecido como uma síndrome que aparece na infância, o TDAH pode acompanhar a pessoa durante a vida adulta.
“Não existe nenhum índice oficial no Brasil de quantas pessoas sofrem de TDAH. Todas as estimativas são baseadas em números de pesquisas feitas por universidades e divulgadas em publicações científicas. Estima-se que entre 2% e 5% das crianças sofram de alguma forma desse mal. Destas, cerca de 50% manteriam os sintomas quando adultos”, esclarece Cacilda Amorim, Psicoterapia comportamental e diretora do IPDA (Instituto Paulista de Déficit de Atenção).
Muitos pacientes sofrem do mal e, por não receberem o diagnóstico correto, passam por preguiçosos ou desleixados ao deixar de desempenhar alguma atividade. “Um dos critérios para diferenciar o TDAH de outros problemas com sintomas similares, como ansiedade, depressão, transtorno bipolar e stress crônico, é que ele se apresenta desde a infância. Se os sintomas surgiram depois dessa fase, certamente o diagnóstico será outro”, explica Cacilda.
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A Psicoterapeuta lembra que os sintomas do TDAH evoluem ao longo dos anos. Se na infância o que mais incomodava o paciente era a agitação e hiperatividade, na fase adulta as pequenas dificuldades do dia a dia, como organização, planejamento e tomada de decisões, assumem proporções algumas vezes difíceis de se controlar. Por isso, caso as queixas desses sintomas se tornem intensas, é essencial buscar a ajuda de um especialista que possa oferecer um diagnóstico preciso.
O que acontece comigo?
Uma pessoa que sofre de TDAH e não tem conhecimento do diagnóstico pode sentir sérias dificuldades em se relacionar com as pessoas, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional.
Características como dificuldade de escutar o outro (por tendência à distração), incapacidade de lembrar-se de compromissos, atrasos constantes, desorganização, fazer coisas sem pensar, dificuldade de planejar e seguir adiante e adiamento crônico (deixar sempre coisas importantes para depois) podem ser vistas pelos outros como traços de personalidade ou falta de vontade e desinteresse.
Cacilda lembra que, em casais, essas dificuldades podem ser encaradas como diferenças pessoais e de compatibilidade, fazendo com que o parceiro assuma as funções que o outro não dá conta. “As pessoas tendem a se desdobrar para agradar ao outro e fazer com que o dia a dia do casal funcione, especialmente no início de um relacionamento. Porém o mais comum é que, depois de algum tempo, uma das partes se sinta sobrecarregada, frustrada e cheia de cobranças, com a certeza de que o outro não cumpre o que promete por desleixo ou desinteresse”, explica ela.
Calma, há tratamento
Por não ser considerada uma doença, com uma única causa que possa ser eliminada, não é possível falar em cura para o TDAH. Cacilda explica que trata-se de uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas de comportamentos neurobiológicos, comportamentais e situacionais. Mesmo que não possa ser curada, há tratamentos, a síndrome pode e deve ser tratada e controlada, ajudando, assim, a melhorar a qualidade de vida, o desempenho profissional e os relacionamentos interpessoais do paciente.
“Os melhores tratamentos são os direcionados às diferentes áreas de necessidades, aqueles que levam em conta as características do paciente e aliam terapias e/ou treinamentos comportamentais, componentes neurobiológicos – com uso de medicação – e orientação aos familiares”, explica a especialista. Portanto, identificar os sintomas e buscar ajuda profissional no diagnóstico do transtorno é o primeiro passo para conseguir êxito no tratamento e melhorar a qualidade de vida tanto do paciente quanto das pessoas que convivem com ele.
Revista Visa Vale – Janeiro / 2011