Combinação de tratamentos super tecnológicos com técnicas tradicionais podem ajudar na hiperatividade infantil
Novidades em tratamentos naturais para hiperatividade

Entrevista com a Psicoterapeuta Cacilda Amorim, Diretora do IPDA - Instituto Paulista de Déficit de Atenção
Mãe rejeitou a idéia tratar o filho com remédios
O diagnóstico dos médicos: Leonardo é hiperativo. A mãe rejeitou a idéia de tratá-lo com remédios e apostou na simplicidade de uma técnica de respiração para crianças com hiperatividade. O sono de Leonardo finalmente voltou.
Se fosse só energia acumulada, uma hora ele teria que apagar. Mas nada leva Leonardo Pirolo Konishi, 7 anos, a nocaute. Nem um dia inteiro de brincadeiras faz o menino dormir à noite. Quando levou um susto grande, então, aí é que o sono sumiu. “Fiquei uma semana sem dormir”, lembra Leonardo, depois de assistir ao filme “O Grito”. “Quem dera fosse só uma semana….”, diz a mãe do menino, Valéria Pirolo. E o mais impressionante: mesmo sem dormir direito, o garoto não dava nenhum sinal de que fosse pifar – nem na escola.”No meio da explicação de uma aula, ele simplesmente levanta, começa a cantar e correr entre as carteiras. Às vezes, ele até fica sentado, mas começa a cantar ou fazer barulho. A professora pede uma, duas, três vezes, e ele não atende”, conta Valéria.
O diagnóstico dos médicos: Leonardo é hiperativo. A mãe rejeitou a idéia de tratá-lo com remédios e apostou na simplicidade de uma técnica de respiração para crianças com hiperatividade. O sono de Leonardo finalmente voltou. “Agora ele me pede para ensinar as técnicas na hora de dormir. Então, eu digo para ele relaxar e fazer a respiração que a tia ensinou”, conta Valéria.
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“A pessoa deve aprender a respirar de forma que ela movimente pouco o peito e expanda o abdômen, como se enchesse a barriga”, orienta o psicólogo José Roberto Leite, da Universidade Federal de Sào Paulo (Unifesp). A técnica milenar de respiração, Leonardo sabe exatamente como se faz: “Você tem que fazer um relaxamento e respirar pela barriga”.
Mas, no caso dele, um novíssimo tratamento, que espalha eletrodos pela cabeça, também pode ajudar. é o neurofeedback. Funciona como um joguinho sem botões nem controles. É o cérebro dele que manda. Se ficar atento, calmo e relaxado, Leonardo ganha pontos e o desenho de um passarinho continua.
A técnica treina as ondas cerebrais. Estimulado pela exigência do joguinho, o cérebro vai se ajustando, e Leonardo vai marcando pontos toda vez que se mantém dentro das regras. O garoto mantém a atenção no jogo, mas ao mesmo tempo está calmo e relaxado.
“Este estado de consciência é um dos objetivos de outras estratégias conhecidas como técnicas de meditação, ioga etc”, explica a Psicoterapeuta comportamental Cacilda Amorim. Como Leonardo é hiperativo, o problema dele é a intensidade fraca das ondas cerebrais na parte do cérebro responsável pelo controle, pelo freio do excesso dos movimentos. “A área que deveria manter a pessoa numa condição física estável, capaz de se manter quieta, não funciona bem. E aí precisa ser estimulada”, diz Cacilda.
E quem é que não gosta de vencer fazendo a pontuação máxima? “Se você der uma ordem ao Leonardo, dificilmente vai ser atendido. Se você propor um desafio, pode ficar tranquilo que ele vai parar tudo o que estiver fazendo para cumpri-lo”, conta a mãe do menino.
Globo Repórter - Rede Globo