Meu filho começou com problemas desde a 1a série, quando cheguei no IPDA ele já estava no 2o. Ano. Ele era muito hiperativo se mexia muito e corria sem parar, não prestava atenção nas coisas… não obedecia ninguém, brincava o tempo todo na sala de aula, entregava as provas em branco, não trazia os recados, parecia indisciplinado… Era muito distraído e esquecido, não lembrava nem se tinha ido para a escola…
Escola identificou a hiperatividade e pediu avaliação especializada

A escola foi quem detectou o problema e encaminhou para cá (para o Instituto Paulista de Déficit de Atenção), fazer consulta com a Dra. Cacilda. A escola dele não tinha sinal, só tocava música. Todas as crianças iam para a fila, menos ele.
Em uma aula de inglês, tirou o tênis, jogou no outro menino e foram os dois para a diretoria… ele não tinha noção das consequências, o que era receber advertência ou ser expulso, estas coisas não faziam diferença.
Quando as coisas estavam explodindo, então me chamaram. Disseram que ele era inteligente e que ia mal porque não fazia as lições, não seguia regras, batia nas outras crianças…
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Criança distraída, hiperativa, impulsiva? E agora, será que é TDAH Infantil?
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Muita distração na lição de casa
Em casa, eu estudava com ele todos os dias. O comportamento em casa era igual. Sempre demorava 2 a 3 horas para fazer a lição… era sempre ele mexendo a mão, qualquer coisa em cima da mesa tirava a atenção. Eu tirava tudo de cima da mesa e ele furava a borracha, eu tirava a borracha e ele enrolava a camiseta na mão…
E eu ia ficando doida… Era muito dependente, era incapaz de começar e terminar alguma coisa. Às vezes nem começava… e isto me sobrecarregava muito.
Será que era eu quem não educava direto, mimava demais?
Não era só na escola, eu também não conseguia controlar, o problema não era a minha educação. Parecia que eu era completamente liberal, que não estava nem aí…
Dava a impressão que ele era filho único e mimado, que fazia o que queria. Mas não era assim, na minha casa tem regras, todo dia eu repito isto, só que também não consigo.
Eu me sentia mal, porque mãe tem de obrigar, pôr de castigo… e ficava pensando: “ele tem idade, tem de aprender a ter responsabilidade, tem de aprender a fazer…” Então tirei da natação e do futebol, para ter mais tempo para estudar e também por castigo. Eu pensava – não adianta culpar a família ou o menino ser filho único.
Eu trabalho fora, nem tinha tempo para superproteger tanto… E quando estava em casa tentava ficar mais tempo estudando com ele, mas era muito difícil. Chegaram a me dizer que ele era assim porque eu ficava muito com ele… mas era o contrário: eu ficava muito porque ele não conseguia, não conseguia fazer a lição nem na escola nem em casa.
Diagnóstico me ajudou a entender muitas coisas, foi um alívio
Quando tive o diagnóstico de TDAH com hiperatividade, para mim foi um alívio, uma luz que me tirou uma tonelada de peso das costas.
Só quem passa por isto sabe o que é se libertar da culpa, das pessoas dizendo que eu estava errada, mesmo com todo o esforço que eu fazia para as coisas darem certo… Lembro que chorei muito aquele dia. E foi engraçado, porque chorei dizendo obrigado.
*** R.L., de 42 anos, mãe de um garoto de 8 anos, após a devolutiva de Avaliação Psicodiagnóstica