Minha filha sempre teve muita dificuldade com ouvir um não, automaticamente reagia de forma agressiva. Era nosso problema, como superar o TDAH. Pois ela não reagia fisicamente, era principalmente verbal. Também sempre teve hiperatividade, era impulsiva e teimosa, portanto com muita intensidade emocional, desde bebê. Queria tudo muito rápido, não sabia esperar nem alguns minutos, parecia que tudo tinha de ser para ontem.
Quando saímos em busca de ajuda, a situação estava bem crítica

Portanto, eu e o pai fomos procurar ajuda, estava se tornando uma bola de neve. Essencialmente, ninguém conseguia mais dialogar com ela, se armava de tal forma para impor o que queria. Tentava conseguir por caminhos alternativos e quando não adiantava, vinha gritando.
Mas… a gente também reagia com agressão, mesmo sabendo que seria ruim para ela. Em primeiro lugar, éramos nós, os pais, que estávamos no limite, com pressão e exaustão muito grandes.
Também era muito influenciável pelas amigas, no modo de pensar, agir. Muito impulsiva, queria consumir muito além das nossas possibilidades e isto aumentou ainda mais os conflitos.
Finalmente (penso que é comum), ela sabia muito bem manipular os pais (somos separados), jogando um contra o outro a depender de seus interesses.
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Procurando o caminho para superar o TDAH
Quando passou a formar corpo, começou a mostrar sensualidade para chamar a atenção, não que fosse por mal. Acima de tudo, acho que era para ser aceita, querida, mas eu me preocupava dela ficar vulgarizada.
Com tudo isso, nunca deixei vestir como queria, mas como ela não aceitava limites, saia de casa com roupa e depois trocava. Vinham pessoas e me diziam que ela estava em tal lugar, praticamente nua.
Os resultados foram aparecendo…
Só aos poucos as coisas foram mudando. Devagar eu comecei a ver exemplos no dia-a-dia dela, que escutava mais, prestava mais atenção. Preferimos fazer terapia, sem usar medicação. Pois sobre remédios, a gente tinha medo…
Na escola, fiquei feliz dela ter passado, as notas melhoraram muito, antes eram péssimas. Como resultado do esforço, coisa que nunca faria, nem pensar… para começar, fez pesquisa e participou de trabalhos.
Pois antes era vista como sanguessuga… entrava no grupo e a turma punha o nome! Na semana cultural da escola, fez uma maquete e no final comandou a apresentação para os visitantes!
Em casa também está melhorando. Antes não conseguia lavar a louça até o final. Lavava uma colher e já dispersava. Agora já consegue começar e terminar, está mais rápida. Porque está mais calma, aceita melhor.
O mais importante: fazer sem discussão e sem briga – tá bom, mãe; é hora de fazer isto – tá bom, mãe. Além disso, está aprendendo que não é só na hora dela, também tem a hora das outras pessoas.
Terapia foi essencial para os combinados funcionarem
Assim, foi conseguindo fazer acordos, já conquistou espaço muito bom. Já sabemos, como pais, que o caminho para superar o TDAH existe, de verdade.
Terapia foi essencial. A terapeuta foi muito importante em fazer o meio de campo, especialmente no começo. Sempre combinamos: “você faz a sua parte, eu a minha”. Portanto ela passou a buscar acordos, não o conflito.
Os pais precisam assumir seu lugar – como pais!
Sempre foi muito difícil para ela pôr na cabeça que existe uma desigualdade entre nós, quer ela queira ou não. Eu sempre digo: hoje eu estou no lugar da mãe e você no lugar da filha. Ela não concebia isto, de jeito nenhum. Hoje ela já consegue entender e aceitar.
Vejo que o ponto que mais dificultava era a teimosia. Por causa dela, quando quer algo, não mede esforços, não pensa, não pondera, envolve pessoas, não pensa nas consequências mesmo que sejam muito ruins. Já melhorou bastante, mas ainda continua forte, espero que melhore ainda mais.
Obrigada à psicóloga, muita gratidão ao Instituto Paulista de Déficit de Atenção. Acima de tudo, espero que estes tratamentos para superar o TDAH possam ajudar muito mais pessoas, outras jovens e familiares.
*** R.S, 19 anos, estudante, fez tratamento com Terapia Comportamental-Cognitiva para TDAH e forte agressividade/impulsividade, associado a Neurofeedback. Depoimento de S.M.S, mãe de R.S, baseado em transcrição da sessão de encerramento do tratamento (sessão 42)